Primeiro-ministro ameaça deportar 100 mil armênios ilegais da Turquia; país retira embaixador dos EUA
Do UOL Notícias*
Em São Paulo
Primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, avisou que pode deportar até 100 mil armênios residentes ilegais no país depois que os Estados Unidos e a Suécia aprovaram a resolução que qualificou como genocídio a matança de armênios durante a Primeira Guerra Mundial pelo extinto Império Otomano. Erdogan também alertou que a aprovação da resolução poder afetar o progresso no frágil processo de reconciliação entre a Turquia e a Armênia.Em São Paulo
Raio-x da Turquia
- Nome oficial: República da Turquia
Tipo de governo: Democracia Parlamentar Republicana
Capital: Ancara
Divisão administrativa: 81 províncias
População: 76.805,524
Grupos etnicos: Turcos 70-75%, Curdos 18% e outras minorias 7-12%
Religiões: Muçulmanos 99.8% (maioria sunita), outros 0.2% (maioria Cristãos e Judeus)
Idiomas: Turco (oficial), Curdo e outras minorias
Fonte: CIA World Factbook 2009
Depois da decisão, a Turquia retirou seus embaixadores em Washington, nos EUA, e em Estocolmo, na Suécia. A aprovação nos EUA é provisória e o governo de Barack Obama promete impedir sua aprovação para limitar o estrago diplomático. O chanceler sueco, Carl Bildt, disse que a votação pode complicar os esforços de Turquia e da Armênia para normalizarem suas relações após um século de hostilidade.
A questão do massacre de armênios é muito delicada na Turquia, que admite que muitos armênios cristãos foram mortos pelos turcos otomanos, mas nega veementemente o número de vítimas apontado pela Armênia e negam que o massacre tenha sido um genocídio --termo recorrentemente empregado por muitos historiadores ocidentais e por alguns parlamentos.
A maioria dos armênios imigrantes vive e trabalham em Istambul e chegou no país após o terremoto de 1988. Cerca de 170 mil vivem na Turquia e apenas 70 mil são legalizados.
História
Centenas de milhares de armênios morreram entre 1915 e 1916, quando eles foram deportados em massa da Anatólia Oriental (leste da Turquia) pelo Império Otomano. Alguns foram mortos e outros morreram de fome ou de doenças.
A Armênia alega que cerca de 1,5 milhão de seus cidadãos morreu na ocasião, mas a Turquia sustenta que o número de mortos seria de cerca de 300 mil, menos de um terço do que dizem os armênios, e que turcos também morreram durante as operações.
O governo turco reconhece que foram cometidas atrocidades, mas argumenta que elas faziam parte de uma guerra e que não eram uma tentativa de destruição sistemática dos cristãos armênios.
A questão também não é consenso entre os historiadores. Muitos consideram que as mortes tenham sido orquestradas sistematicamente pelos turcos --o que indicaria um genocídio--, e alguns outros, além do governo turco, questionam este argumento.
A Armênia quer que a Turquia reconheça as mortes como um "ato de genocídio", mas sucessivos governos turcos se recusaram a fazê-lo.
O país também tem feito uma campanha pelo reconhecimento internacional dos eventos como genocídio, o que já foi feito por 20 países.
*Com informações de agências internacionais
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